quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Mau-Humor Crônico

Mau-humor crônico pode ser doença e exige tratamento. Trata-se de um transtorno mental reconhecido pela psiquiatria, nos anos 80, chamado de distimia, que é uma forma crônica da depressão. A diferença entre uma pessoa que sofre de distimia daquela depressiva é que, geralmente, a distímica - apesar das constantes reclamações da vida - toca-a, enfrenta-a e a depressiva, tem uma tendência à passividade, à desistência e à apatia. Estima-se que pelo menos 180milhões de pessoas no mundo sofrem de distimia e se não tratada, 30% dos casos evoluem para transtornos depressivos graves levando ao isolamento.
Para explicar melhor, vejamos os exemplos: Há dois homens caminhando na mesma praça. Um deles fica tomado pela beleza das flores e diversidade das cores. O outro, já tem olhos para o lixo, para o espinho da rosa que o machucou, para as crianças que correm e fazem barulho. Em uma equipe de trabalho, existem aqueles funcionários que procuram resolver os conflitos agindo e pensando positivamente e outro, acha que qualquer mudança benéfica será difícil de acontecer, que não haverá melhoras e que os problemas continuarão a existir. Ao perguntar sobre a vida para duas mulheres, uma diz: "_ Está tudo bem!" e a outra responde: "_ Vai indo, vai se vivendo". Uma pessoa adora ir para a praia, a outra odeia por causa da areia e do sol. Enfim, o sujeito que sofre de distimia é aquele que só vê o lado ruim das coisas, queixando-se constantemente, irritando-se com facilidade e sempre, atribuindo a terceiros os motivos e justificativas para as suas reclamações e rabugices. O problema nunca é visto como seu, mas causado pelos outros, culpando-os.
Por isso, vê-se quão difícil é conviver com uma pessoa que sofre deste transtorno mental. Pois, além dela tornar a própria vida "sem graça" e longe de ser um "mar de rosas", tem a capacidade de prejudicar a qualidade de vida e o bem-estar das pessoas com quem convive. O distímico é capaz de queixar-se até quando ganha na loteria, além de ter um perfil rígido, sisudo, irritadiço, implicante e sarcástico dificultando o estabelecimento de inter-relações saudáveis e amistosas. A tendência para ser afetado por doenças psicossomáticas é grande e não rara as vezes, acaba por queixar-se - também - dos seus problemas gastrointestinais, cardiorrespiratórios, musculares e enxaquecas, tornando-se ainda mais queixosos do que já são.
Portanto, quando a insatisfação, a desmotivação e a falta de desejo e prazer perante a vida forem constantes é preciso cuidado, pois podemos estar frente a uma pessoa doente. Pesquisas mostram que pacientes, em 50% a 60% dos casos, respondem a tratamentos com antidepressivos e psicoterapia. Há tratamento. Existem formas de melhorar o modo de enxergar a vida e ser mais feliz.

2 comentários:

  1. Lu, adorei a inciativa e o texto, além do conteúdo do blog ser de grande interesse. Ganhaste uma seguidora...hehehehe...
    Beijos

    ResponderExcluir